O verão está chegando, e depois de alguns dias nublados, a gente não vê a hora de pegar um sol, né? Pode ser no parque, na praia, na praça ou até no quintal de casa: o importante é sentir o sol na nossa pele.
Você sabia que esse hábito além de ajudar na produção de vitamina D, também pode melhorar sintomas psicológicos e nos deixar mais felizes? É isso o que indica um estudo ¹ publicado no periódico Innovations in Clinical Neuroscience.
O artigo reúne uma série de estudos anteriores que revelam que algumas psicopatologias podem sofrer exacerbações sazonais, ou seja, que alguns sintomas psiquiátricos pré-existentes podem aumentar durante determinada época do ano — geralmente, durante o inverno.
Entre os pacientes estudados, estão aqueles que sofrem com transtornos de humor (depressão e transtorno bipolar), transtornos de ansiedade e pânico. Por exemplo, um estudo holandês ², que examinou 2.168 pessoas com depressão ou ansiedade, revelou que 53,5% dos participantes relatavam sintomas psicológicos mais acentuados durante os meses de inverno.
O mesmo efeito foi observado em um estudo ³ que analisou 314 pacientes com transtorno bipolar, e em estudo ⁴ com pacientes com ansiedade e pânico. Em ambos, os sintomas psiquiátricos aumentaram durante o inverno.
Por que isso acontece?
As explicações para essas variações dos sintomas psiquiátricos ao longo do ano ainda não estão totalmente esclarecidas, mas a serotonina é apresentada como uma provável mediadora do processo.
A serotonina é um neurotransmissor — uma substância química com a função de mensageiro, ao passar informações para outra célula por meio do impulso nervoso. Popularmente, a serotonina é conhecida como um dos hormônios da felicidade, responsáveis por proporcionar sensações de alegria e bem-estar. Sua baixa quantidade ou disfunção está relacionada com transtornos psiquiátricos.
Estudos demonstraram que também ocorre uma variação sazonal nos níveis de serotonina, sendo mais baixo durante o inverno e no início da primavera e mais alto durante o verão, mesmo em adultos que não sofrem com psicopatologias.
Isso sugeriu haver uma relação direta entre os níveis de serotonina e a quantidade de luz solar ⁵. O que se tem analisado é que com pouca luz solar, não somente a quantidade de serotonina, como a sua capacidade de exercer suas funções e nos proporcionar as sensações Não só em relação a quantidade do neurotransmissor, mas pouca luz solar também afeta a atividade da serotonina ⁶, sendo mais difícil ela nos proporcionar as sensações de felicidade.
Onde o banho de sol entra nisso?
A serotonina está presente, principalmente, no nosso sistema nervoso central, no intestino e nas plaquetas sanguíneas. No entanto, descobertas revelaram que a nossa pele também é capaz de produzir esse neurotransmissor ⁷.
Assim, nossos níveis de serotonina não são mantidos somente a partir da luz que entra por nossa retina, mas a pele também tem um papel importante nesse processo.
É o que mostrou um estudo ⁸ em que, durante três semanas, 42 indivíduos tomaram sol em um experimento. Outras 11 pessoas foram privadas de sol. Ao final das três semanas, os níveis de serotonina foram medidos nos dois grupos, e os que tomaram sol apresentaram maiores quantidades de serotonina.
Tudo isso sugere que a produção de serotonina é estimulada pelos raios solares — e isso explica porque gostamos tanto de tomar sol. Já pessoas com transtornos psiquiátricos, que são suscetíveis aos efeitos sazonais, podem sentir uma piora dos seus sintomas com a falta de sol.
Por isso, aproveite o verão, abra a sua janela e tome um banho de sol! Vai fazer muito bem para o seu corpo, sua mente e seu humor! Mas, olha, tem que ter moderação. Devemos tomar sol em horários que ele está mais fraco (antes das 10h ou depois das 17h), não se esqueça de usar o protetor solar, e dos cuidados capilares para proteção contra raios UV!
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